INTERTEXTUALIDADE



A intertextualidade, no seu sentido mais geral, refere-se às relações que um texto ou enunciado tem com outros textos (Bazerman 2004.p. 86). Segundo Fairclough (1992.p.270), refere-se às qualidades produtivas dos textos, ou seja, como eles podem fazer uso de textos anteriores e fazer uso das convenções neles presentes ao produzir novos textos. Ou seja, “Textos não são objetos únicos e isolados, mas são feitos de vários outros textos, alguns conhecidos pelo novo produtor de texto e outros não diretamente conhecidos”. (Montgomery et al. 2013: 166). O termo foi cunhado pela primeira vez por Julia Kristeva na década de 1960 com base nas obras de Saussure e Bakhtin (Allen 2011.p.11, 14).

Combinando essas duas visões, Kristeva vê o significado de um texto como “seu rearranjo temporário de elementos com significados socialmente pré-existentes”, portanto, ao mesmo tempo contendo um significado que está no próprio texto e um significado social e histórico (Allen 2011.p. 36).  

Ela afirma que o conceito de intertextualidade aponta para “a inserção da história (sociedade) em um texto e deste texto na história” (Kristeva 1986.p. 39). Ou seja, os textos são construídos a partir de textos que vieram antes deles e através desse processo de incorporação e transformação de textos passados, eles também se tornam parte da história e contribuem para a mudança em uma escala mais ampla (Fairclough 1992.p.270).

Kristeva descreve a palavra como uma intersecção de superfícies textuais em vez de um ponto, afastando-se assim de um significado fixo para as palavras (Allen 2011.p. 38). Ela o via como um diálogo entre escritor, destinatário e contexto cultural. Ela reconhece dois eixos de intertextualidade: horizontal e a vertical. As relações intertextuais horizontais dialógicas seriam as relações que um texto estabelece com os textos que o precedem e que o sucedem. E as relações intertextuais verticais seriam as relações que o texto estabelece com textos com os quais está historicamente ligado.

A interdiscursividade refere-se à mistura de discursos e gêneros em textos, e através desse tipo de atividade, as fronteiras entre os discursos podem mudar (Jørgensen e Phillips 2002.p. 73). Intertextualidade: é a relação entre dois textos, caracterizada por um citar o outro. Interdiscursividade: é a relação entre dois discursos, caracterizada por um citar o outro. Assim, um texto pode se referir a textos anteriores de maneiras mais explícitas, mas eles também fazem uso de tipos de texto existentes e atividades de produção de texto que estão envolvidas com eles (Johnstone 2018.p. 182).

Johnstone (2018.p. 180) define gênero como “conjuntos de expectativas sobre tipos de texto e atividades de produção de conhecimento que são usados para propósitos particulares em comunidades discursivas particulares”. Agrupar textos com base em certas características compartilhadas em gêneros em si evoca a noção de interconectividade entre textos (Montgomery et al. 2013.p. 166).



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