Intertextualidade (Bazerman,2004)

 





A intertextualidade é uma ferramenta retórica que fornece aos escritores e pesquisadores um meio de abrir discussões, expondo a rede de comunicação textual que está moldando a conversa e conduzindo-a em várias direções. Seu artigo nos  ajudou a dar um grande  ideia sobre intertextualidade e construção textual.

Bazerman pede aos instrutores de retórica e composição que usem a intertextualidade em seus currículos para ensinar aos alunos como os textos são construídos e conectados uns aos outros de maneiras únicas, retóricas. 

O significado é feito no momento em que o leitor tem  trocas com o texto, o próprio texto não contém nenhum significado se não houver intercâmbio/conexão  (Rosenblatt, 2004). As pessoas podem ter uma troca com textos retransmitindo seus conhecimentos e experiências anteriores que podem ser percebidos como geradores de significado processo. Portanto, todo texto carrega seu significado e precisa ser entendido pelos leitores.

A intertextualidade tem vários benefícios como o pensamento crítico dos alunos pode ser melhorado,  a capacidade dos alunos em fazer uma postura crítica é fortalecida, e a habilidade no desenvolvimento de expressão crítica é aprimorada. Além disso, a intertextualidade pode ajudar os professores a conhecer o processo de pensamento crítico dos alunos bem como pode ajudá-los na seleção de materiais adequados. 

Bazerman emprega que "Desenvolver um quadro altamente articulado dos textos relevantes  pode ajudar o escritor a definir e até redefinir a situação retórica, posicionar o novo texto dentro de organizações maiores de expressões e atividades textuais, e trazer recursos mais profundos e ricos para suportar na tarefa atual".

Há valor na intertextualidade muito além de sua aplicação aos círculos e disciplinas literárias, e Bazerman nos dá exemplos claros e sucintos para localizar a intertextualidade, mas ele não nos fornece uma abordagem para implementar diretamente teorias intertextuais em um currículo intenso de escrita.

Neste artigo,  Charles Bazerman fornece uma lista curta, mas abrangente, de componentes intertextuais que os escritores podem usar como um esboço para explorar fatos, reivindicações e escritores conectados dentro de fontes que localizamos, mas também a compreensão de como os argumentos, e as conversas textuais que os contêm, estão profundamente conectados a outros textos.

Bazerman sugere que abordagens intertextuais à pesquisa e à escrita podem ajudar os alunos a organizar suas ideias e fontes de maneiras que permitam um trabalho mais abrangente e analítico. Ele afirma: "Aprender a analisar a intertextualidade ajudará você a escolher através das maneiras que os escritores atraem outros personagens em sua história e como eles se posicionam dentro desses mundos de múltiplos textos.  Ele vai ajudá-lo a ver quais fontes pesquisadores e teóricos constroem e quais eles se opõem.  

Isso ajudará você a identificar as ideias, pesquisas e posições políticas por trás de documentos políticos."  Os alunos podem usar sua compreensão da intertextualidade para explorar um fundamento retórico que existe em todos os textos.


Citação direta
Citação indireta
Mencionar uma pessoa, documento ou declaração
Comentário ou avaliação de uma declaração, texto ou voz

Frases reconhecíveis, terminologia ou “voz” de um grupo de pessoas ou documento
Ecoar certas formas de comunicação, discussões ou tipos de documento

Bazerman (2004) lista seis técnicas de representação intertextual, que ilustram o tipo de intertextualidade e interdiscursividade. 


A primeira, uma citação direta é indicada por algum tipo de configuração tipográfica, por exemplo, aspas ou itálico. (Textos podem se basear em textos anteriores como fonte de significados a serem usados).

- 1) “uma fonte de significados a ser usada pelo valor de face”, que mantém a “controle sobre exatamente quais palavras serão citadas, os pontos em que a citação será ser recortado e o contexto em que será usado”;

A segunda, uma citação indireta, por outro lado, é filtrada pelas palavras do segundo escritor para que seu significado se ajuste melhor ao novo contexto. (Textos podem traçar dramas sociais explícitos de textos anteriores envolvidos em discussão)
2-  “drama social explícito”, que consiste em trazer visões controversas do mesmo situação “lado a lado em confronto direto”;

A terceira, a menção de pessoas, documentos, não especifica os detalhes de significado, portanto, confiando na familiaridade dos leitores, crenças gerais sobre ou implicando o que eles querem sobre a referência da fonte. (Os textos podem usar explicitamente outras declarações como plano de fundo, suporte e contraste).
3-  “fundo, suporte e contraste”, que resume a menção explícita de outras declarações como apoio a uma afirmação, como “figuras de uma enciclopédia, (…) reportagens de jornais para confirmar acontecimentos, ou (…) citações de uma obra literária para apoiar uma análise.

A quarta é um comentário ou avaliação sobre declaração, texto ou voz invocada de outra forma (Os textos podem contar com crenças, questões, ideias e declarações provavelmente familiares aos leitores).
4- “crenças, questões, ideias, declarações geralmente divulgadas”, que diz respeito aos menos uso explícito de material que pode ser de “uma fonte específica” ou entendido “como conhecimento comum";

As duas últimas técnicas são mais implícitas e, portanto, são consideradas como representativas da interdiscursividade 

A quinta, os textos evocam mundos sociais particulares através de tipos reconhecíveis de linguagem, frases e gêneros.
5-  “tipos reconhecíveis de linguagem, fraseado e gêneros”, que é a linguagem familiar para o leitor, pois “todo texto evoca mundos sociais particulares onde tal linguagem e formas de linguagem são usadas, geralmente para identificar esse texto como parte desses mundos”.

A sexta, os textos dependem dos recursos disponíveis da linguagem.
6) “recursos de linguagem”, que engloba o uso de dispositivos de linguagem que sobre os recursos disponíveis “sem chamar atenção especial para o intertexto”, uma vez que “todo texto, o tempo todo, conta com a linguagem disponível do período, e faz parte o mundo cultural da época”


Vamos usar essa estrutura para analisar nossos textos fixos, em movimento, online e offline.


REFERÊNCIAS TEXTOS MULTIMODIAS FIXOS E EM MOVIMENTO

1- Filmagem real- Inclui imagens reais de um filme.

2- Personagem ou objeto (direto e indireto) – se teve referências diretas/indiretas a um personagem ou objeto. Uma referência direta ocorre quando um personagem ou objeto aparece exatamente como no filme. Isso incluiu personagens humanos e não humanos, bem como objetos como veículos ou outros dispositivos usados pelos personagens. Além disso, as referências não precisavam ser completamente idênticas à fonte original, pois, por exemplo, a aparência de um ator poderia ter mudado desde seu papel no filme. Se eles ainda estivessem estilizados e vestidos como o personagem, era considerado uma referência direta.

3- Visuais – (direto ou indireto) - continham referências diretas e indiretas ao visual de filmes. O que contava como referência direta era a recriação próxima do que é visto em uma tomada de um filme. Referências indiretas a visuais geralmente replicavam pelo menos um aspecto da cena original. Isso pode significar imitar as posições das figuras dentro das tomadas, mas colocadas em um contexto totalmente diferente.
4- Enredo- (direto/indireto/continuação do drama) - o fator decisivo para uma referência direta foi que em algum momento o enredo da obra original foi seguido diretamente, mesmo que em outro ponto um aspecto dele tenha sido alterado para se adequar ao contexto do anúncio. Uma referência indireta a um enredo, por outro lado, pode seguir o quadro principal do enredo enquanto altera todos os seus detalhes.

5- Citações – (direta e indireta).

6- Música (Direto e indireto) Os anúncios também usavam músicas de filmes. O que contava como referência direta era o uso de música que não fosse alterada de forma alguma ou soasse idêntica à original. As referências indiretas alteraram a música ou a música de alguma forma ou optaram por algo semelhante, embora não idêntico, ao original.

7- Sons (direto e indireto) sons feitos por personagens e objetos não humanos.

8- Mencionar ou comentar (direta e indireta) A menção direta incluiu o nome do filme. A menção indireta aludia verbalmente ao filme sem realmente mencionar seu nome.

Como afirma Bazerman (2004), a menção de uma fonte conta com a familiaridade do leitor  e o autor pode insinuar o que deseja sobre a fonte ou confiar em algumas crenças comuns que as pessoas possam ter sobre ela, pois não especifica nenhuma detalhes.

9- Fraseado ou terminologia reconhecível

10- Idioma e formas- Houve algumas linguagens e outras formas utilizadas nas propagandas que ecoam filmes ou séries de televisão além de se referirem a uma fonte específica.

ATIVIDADE

 Original - O grande ditador)

Abertura da novela- O Dono do Mundo

Os trapalhões - O Dono do Mundo

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 A morte do Tenório- Novela Pantanal

Imagem crítica ( Dia que o governo federal corta verba do Ministério da Educação- MEC)




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A Fontana di Trevi (Fonte dos trevos, em português) é a maior (cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura) e mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália e está localizada na Rione Trevi, em Roma. 
Na Fontana di Trevi você também poderá ver a magnífica estátua do deus Netuno, representado sobre um carro em forma de concha puxado por dois cavalos-marinhos, que foi protagonista de várias cenas da história do cinema. Entre essas cenas, a mais famosa é, indubitavelmente, a do filme La Dolce Vita em 1960, dirigida pelo cineasta italiano Federico Fellini, onde a personagem de Anita Ekberg também leva um susto ao se deparar com a fonte pela primeira vez. Ela entra na fonte e faz com que Marcello Mastroianni a acompanhe.

A cena foi revivida no filme argentino Elsa & Fred, de 2005, pelo casal de velhinhos que dá nome ao filme. veja e faça sua análise:
 
La doce Vita  ( Youtube) - La doce Vita

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Para quem faltou

Ele foi um astronauta. Vivenciou toda a emoção dos testes e no momento da partida a bordo da Apollo. Foi ao espaço e viu de lá a maravilha que é o nosso pequeno mundo azul. Mas os tempos de glória acabaram.

A idade chegou e com ela a impossibilidade de viver novas e diferentes emoções como aquelas vividas no passado. Mas, nem tudo está perdido "comandante"! A bordo do Audi R8 V10, o veterano da missão Apollo agora pode novamente decolar! E que decolagem comandante!

Para comunicar a chegada do R8 Coupé V10 Plus ao mercado brasileiro, lançado pela Audi no último Salão do Automóvel, a marca veicula a partir deste domingo o Filme ‘Commander’. Com trilha de "Starman", de David Bowie, o comercial conta a história de um astronauta aposentado que redescobre a emoção da vida quando pilota o supercarro.

Vídeo do filme- AQUI
Vídeo da comercial- AQUI



Referências:





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